SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
No
que se diferenciam a surdocegueira e a DMU?
De
acordo com Lagati (1995), descreve que a Surdocegueira é uma condição que
apresenta outras dificuldades além daquelas causadas pela cegueira e pela
surdez. O termo hifenizado indica uma condição que somaria as dificuldades da
surdez e da cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma diferença, uma condição
única e o impacto da perda dupla é multiplicativo e não aditivo.
Já a
pessoa com Deficiência Múltipla, de acordo com o MEC/SEESP, 2002, são
consideradas pessoas com deficiência múltipla aquelas que “têm mais de uma
deficiência associada. É uma condição heterogênea que identifica diferentes
grupos de pessoas, relevando associações diversas de deficiência que afetam,
mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento
social”.
Quais
são as necessidades básicas desses alunos?
Os alunos com surdocegueira tem a necessidade
de ter uma comunicação inicial que se dá pelo movimento corporal e
vocalizações, precisam aprender por rotinas organizadas, a caixa de antecipação
será sua primeira estratégia de comunicação.
Os alunos com deficiência múltipla, o
trabalho a ser desenvolvido se faz necessário dar atenção a dois aspectos
importantes: a comunicação (todas as interações de comunicação e atividades de
aprendizagem devem respeitar a individualidade e a dignidade de cada aluno com
DMU) e ao posicionamento (é indispensável uma boa adequação postural).
Quais
estratégias são utilizadas para aquisição de comunicação?
Para os alunos com surdocegueira, a
escolha do Sistema de Comunicação deve levar em conta a individualidade da pessoa
com surdocegueira, seu diagnóstico, seus interesses, experiências e conhecimentos.
Sistemas Alfabéticos: Alfabeto “Datilológico”: Formam-se as letras do alfabeto por
meio de diferentes posições dos dedos da mão. É similar ao alfabeto manual dos
surdos, com algumas variações para uma melhor percepção tátil ao ser soletrado
na palma da mão.
Alfabeto de escrita manual: Consiste em usar o dedo índice da
pessoa com surdocegueira como lápis, para escrever cada letra sobre uma
superfície do corpo (palma da mão) ou sobre um material externo; também se
aplica usando a mão do interlocutor para escrever cada letra e a pessoa com
surdocegueira colocando sua mão sobre a mão de quem escreve sobre a superfície.
Placas Alfabéticas: Existem dois modelos de tabelas que
tem as letras ordinárias escritas em maiúscula e outra em tinta ou Braille (com
a letra correspondente sobre cadasímbolo); o processo consiste em que o
interlocutor vai indicando cada letra para formar uma palavra com o dedo do
surdocego e serve tanto para transmitir mensagens comopara a recepção tátil,
colocando o dedo índice sobre cada letra procurada.
Meios Técnicos com saída em Braille: São máquinas utilizadas pela pessoa
com surdocegueiraque conhece o Sistema Braille.
Sistemas não alfabéticos: Língua sinais: Fundamenta-se na construção de sinais
a partir de diferentes posições, configuração de mãos, especialmente os que
representem palavras, números e outros códigos. É comumente usada pela
população surda.
Tadoma: Consiste na percepção da posição dos
órgãos fonoarticuladores que são os que produzem a fala (boca, bochechas,
garganta) nas pessoas, para que sintam as vibrações e as diferentes posições
que estes órgãos adquirem para a produção da linguagem oral.
Já para os alunos com Deficiência
Múltipla, há diferentes sistemas e códigos alternativos para comunicação que
podem ser adaptados para a rotina da sala de aula como o PCS – sistema de
comunicação por símbolos, figuras, letras e números. Esses símbolos são flexíveis e permitem nomear,
representar noções concretas (de tempo, espaço, causalidade), agrupar por
semelhanças e diferenças, categorizar classe, série e construir conceitos
abstratos. Outro sistema utilizado para crianças que têm alteração verbal e dificuldades
motoras
é o sistema Bliss. São sinais gráficos
simples, fundamentados no significado, podendo ser utilizados por meio de selos
adesivos, prancha de comunicação ou por programa informatizado.
Assim, a comunicação alternativa é uma
estratégia educativa que pode ser criada de acordo com as necessidades do
aluno, planejada com os pais e especialistas da comunicação e linguagem, tendo
em vista a elaboração e organização do pensamento e a construção do conhecimento
de forma significativa.
Há também, sistemas tecnológicos e
computadorizados utilizados com crianças com severas alterações neuromotoras e
sensoriais que poderão se beneficiar desde cedo de instrumentos eletrônicos
facilitadores do processo de comunicação, avaliação, interação social,
linguagem gráfica e aprendizagem da leitura e escrita.
Os equipamentos eletrônicos podem ser
operados pelo sistema direto de teclado, mouse adaptado, tela sensível ao toque
e indireto, pelo movimento corporal, olhar, sopro, piscar ou varredura
automática. Esses equipamentos de ajuda à comunicação possibilitam independência
e autonomia na execução das atividades pedagógicas.
Os acionadores eletrônicos tem a
função de realizar o movimento, a indicação, a seleção, a escolha ou ação a ser
realizada pela criança. Os acionadores podem ser utilizados em membros de
melhor ação funcional como: mão, braço, punho, cabeça ou até mesmo com os pés.