domingo, 29 de junho de 2014

O MODELO DOS MODELOS

Ítalo Calvino


             Houve na vida do senhor Palomar uma época em que sua regra era esta: primeiro, construir um modelo na mente, o mais perfeito, lógico, geométrico possível; segundo, verificar se tal modelo se adapta aos casos práticos observáveis na experiência; terceiro, proceder às correções necessárias para que modelo e realidade coincidam. [..] Mas se por um instante ele deixava de fixar a harmoniosa figura geométrica desenhada no céu dos modelos ideais, saltava a seus olhos uma paisagem humana em que a monstruosidade e os desastres não eram de todo desaparecidos e as linhas do desenho surgiam deformadas e retorcidas." 

Na escola não é diferente. Quando um aluno chega na escola, espera-se que este já tenha um conhecimento prévio, se tiver então uma deficiência aparente, parece que o mundo vem abaixo. A escola está ainda se preparando para receber o aluno de inclusão, essa mudança leva tempo e ainda há muitos caminhos a serem trilhados e o Atendimento Educacional Especializado vem fazendo a sua parte, amenizando o caminhar do deficiente até o professor do ensino regular.

domingo, 8 de junho de 2014

PRANCHAS DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA PARA ALUNOS COM AUTISMO

Rotina Ilustrada

Esta rotina é utilizada com aluno Transtorno do Espectro Autista, tem 8 anos e será utilizada no 3º ano do Ensino Regular.
Local de utilização: Sala de aula do ensino regular.


Prancha de rotina semana



Nesta atividade o aluno poderá saber antecipadamente as atividades que serão realizadas dentro da sala de aula.
O professor deverá mostrar as atividades e as aulas que serão realizadas naquele determinado dia, assim como trabalhar com os dias da semana.

Prancha de comunicação

Esta prancha é utilizada com aluno Transtorno do Espectro Autista, tem 8 anos e será utilizada no 3º ano do Ensino Regular.
       Local de utilização: Sala de aula do ensino regular

Prancha de comunicação






Esta prancha é utilizada para o aluno expressar seus desejos, vontades e sentimentos.
O professor deverá iniciar a prancha mostrando e falando o significado de cada imagem todos os dias será feita esta rotina. Quando desejar ir ao banheiro mostrar a figura do banheiro, quando quiser água deverá mostrar a figura beber água e assim sucessivamente com todas as outras figuras, até mesmo com as imagens do parque, ir para casa, ir para escola, brincar, aula de artes, etc.
Essa prancha deverá estar o tempo todo com o aluno, seja em casa, na escola, nas terapias.




domingo, 20 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

No que se diferenciam a surdocegueira e a DMU?
De acordo com Lagati (1995), descreve que a Surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades além daquelas causadas pela cegueira e pela surdez. O termo hifenizado indica uma condição que somaria as dificuldades da surdez e da cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma diferença, uma condição única e o impacto da perda dupla é multiplicativo e não aditivo.
Já a pessoa com Deficiência Múltipla, de acordo com o MEC/SEESP, 2002, são consideradas pessoas com deficiência múltipla aquelas que “têm mais de uma deficiência associada. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, relevando associações diversas de deficiência que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social”. 

Quais são as necessidades básicas desses alunos?
Os alunos com surdocegueira tem a necessidade de ter uma comunicação inicial   que se dá pelo movimento corporal e vocalizações, precisam aprender por rotinas organizadas, a caixa de antecipação será sua primeira estratégia de comunicação.
Os alunos com deficiência múltipla, o trabalho a ser desenvolvido se faz necessário dar atenção a dois aspectos importantes: a comunicação (todas as interações de comunicação e atividades de aprendizagem devem respeitar a individualidade e a dignidade de cada aluno com DMU) e ao posicionamento (é indispensável uma boa adequação postural).
Quais estratégias são utilizadas para aquisição de comunicação?
Para os alunos com surdocegueira, a escolha do Sistema de Comunicação deve levar em conta a individualidade da pessoa com surdocegueira, seu diagnóstico, seus interesses, experiências e conhecimentos.

Sistemas Alfabéticos: Alfabeto “Datilológico”Formam-se as letras do alfabeto por meio de diferentes posições dos dedos da mão. É similar ao alfabeto manual dos surdos, com algumas variações para uma melhor percepção tátil ao ser soletrado na palma da mão.

Alfabeto de escrita manual: Consiste em usar o dedo índice da pessoa com surdocegueira como lápis, para escrever cada letra sobre uma superfície do corpo (palma da mão) ou sobre um material externo; também se aplica usando a mão do interlocutor para escrever cada letra e a pessoa com surdocegueira colocando sua mão sobre a mão de quem escreve sobre a superfície.

Placas Alfabéticas: Existem dois modelos de tabelas que tem as letras ordinárias escritas em maiúscula e outra em tinta ou Braille (com a letra correspondente sobre cadasímbolo); o processo consiste em que o interlocutor vai indicando cada letra para formar uma palavra com o dedo do surdocego e serve tanto para transmitir mensagens comopara a recepção tátil, colocando o dedo índice sobre cada letra procurada.

Meios Técnicos com saída em Braille: São máquinas utilizadas pela pessoa com surdocegueiraque conhece o Sistema Braille.

Sistemas não alfabéticos: Língua sinais: Fundamenta-se na construção de sinais a partir de diferentes posições, configuração de mãos, especialmente os que representem palavras, números e outros códigos. É comumente usada pela população surda.

Tadoma: Consiste na percepção da posição dos órgãos fonoarticuladores que são os que produzem a fala (boca, bochechas, garganta) nas pessoas, para que sintam as vibrações e as diferentes posições que estes órgãos adquirem para a produção da linguagem oral.

Já para os alunos com Deficiência Múltipla, há diferentes sistemas e códigos alternativos para comunicação que podem ser adaptados para a rotina da sala de aula como o PCS – sistema de comunicação por símbolos, figuras, letras e números.  Esses símbolos são flexíveis e permitem nomear, representar noções concretas (de tempo, espaço, causalidade), agrupar por semelhanças e diferenças, categorizar classe, série e construir conceitos abstratos. Outro sistema utilizado para crianças que têm alteração verbal e dificuldades motoras
é o sistema Bliss. São sinais gráficos simples, fundamentados no significado, podendo ser utilizados por meio de selos adesivos, prancha de comunicação ou por programa informatizado.
Assim, a comunicação alternativa é uma estratégia educativa que pode ser criada de acordo com as necessidades do aluno, planejada com os pais e especialistas da comunicação e linguagem, tendo em vista a elaboração e organização do pensamento e a construção do conhecimento de forma significativa.
Há também, sistemas tecnológicos e computadorizados utilizados com crianças com severas alterações neuromotoras e sensoriais que poderão se beneficiar desde cedo de instrumentos eletrônicos facilitadores do processo de comunicação, avaliação, interação social, linguagem gráfica e aprendizagem da leitura e escrita.
Os equipamentos eletrônicos podem ser operados pelo sistema direto de teclado, mouse adaptado, tela sensível ao toque e indireto, pelo movimento corporal, olhar, sopro, piscar ou varredura automática. Esses equipamentos de ajuda à comunicação possibilitam independência e autonomia na execução das atividades pedagógicas.

Os acionadores eletrônicos tem a função de realizar o movimento, a indicação, a seleção, a escolha ou ação a ser realizada pela criança. Os acionadores podem ser utilizados em membros de melhor ação funcional como: mão, braço, punho, cabeça ou até mesmo com os pés.

domingo, 9 de março de 2014

Abordagem bilingue na escolarização da pessoa com surdez

1-    Introdução

1.2 -Educação Escolar de Pessoas com Surdez


                A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) vem ao encontro do propósito de mudanças no ambiente escolar e nas práticas sociais/institucionais para promover a participação e aprendizagem dos alunos com surdez na escola comum. Muitos desafios precisam ser enfrentados e as propostas educacionais revistas, conduzindo a uma tomada de posição que resulte em novas práticas de ensino e aprendizagem consistentes e produtivas para a educação de pessoas com surdez, nas escolas públicas e particulares.
                Na perspectiva inclusiva da educação de pessoas com surdez, o bilinguismo que se propõe é aquele que destaca a liberdade de o aluno se expressar em uma ou outra língua e de participar de um ambiente escolar que desafie seu pensamento e exercite sua capacidade perceptivo-cognitiva, suas habilidades para atuar e interagir em um mundo social que é de todos, considerando o contraditório, o ambíguo, as diferenças entre as pessoas.
                De acordo com o decreto 5.626, de 5 de dezembro de 2005, as pessoas com surdez têm o direito a uma educação que garanta a sua formação, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita, continuam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo.
                                        O significado social da surdez está ligado à ausência da                          linguagem comum à maioria, mas não se pode negar características                            próprias a comunidade surda sob o risco de negar recursos de                                        integração” (Fernades, 1990).
                A proposta de educação bilíngue pauta a organização da prática pedagógica na escola comum, na sala de aula comum e no AEE.
                A proposta didático-pedagógica para se ensinar português escrito para os alunos com surdez orienta-se pela concepção bilíngue – Libras e Português escrito, como línguas de instrução destes alunos. A escola constitui o lócus da aprendizagem formal da Língua Portuguesa na modalidade escrita, em seus vários níveis de desenvolvimento. Na educação bilíngue os alunos e professores utilizam as duas línguas em diversas situações do cotidiano e das práticas discursivas.
               
2 – Conclusão

                De acordo com o que muitos pesquisadores abordam é que a abordagem bilíngue pretende que ambas as línguas a gestual (LIBRAS) e a oral (Português), sejam ensinadas e usadas de forma que uma interfira e/ou prejudique a outra.
                Portanto, as duas línguas seriam utilizadas em situações diferentes, em momentos linguísticos diferenciados.
                Sendo assim, o objetivo principal do bilinguismo é comunicação da pessoa com surdez em sua totalidade, tanto no oral, gestual e escrito.

3 – Bilbiografia

KOZLOWSKI, Lorena; A Proposta Bilíngue de Educação do Surdo.

ALVEZ, Carla Barbosa. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: abordagem bilíngue na escolarização de pessoas com surdez / Carla Barbosa Alvez, Josimário de Paula Ferreira, Mirlene Macedo Damázio. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010. v. 4. (Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar).



[1]              KOZLOWSKI, Lorena; A Proposta Bilíngue de Educação do Surdo.