domingo, 20 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

No que se diferenciam a surdocegueira e a DMU?
De acordo com Lagati (1995), descreve que a Surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades além daquelas causadas pela cegueira e pela surdez. O termo hifenizado indica uma condição que somaria as dificuldades da surdez e da cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma diferença, uma condição única e o impacto da perda dupla é multiplicativo e não aditivo.
Já a pessoa com Deficiência Múltipla, de acordo com o MEC/SEESP, 2002, são consideradas pessoas com deficiência múltipla aquelas que “têm mais de uma deficiência associada. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, relevando associações diversas de deficiência que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social”. 

Quais são as necessidades básicas desses alunos?
Os alunos com surdocegueira tem a necessidade de ter uma comunicação inicial   que se dá pelo movimento corporal e vocalizações, precisam aprender por rotinas organizadas, a caixa de antecipação será sua primeira estratégia de comunicação.
Os alunos com deficiência múltipla, o trabalho a ser desenvolvido se faz necessário dar atenção a dois aspectos importantes: a comunicação (todas as interações de comunicação e atividades de aprendizagem devem respeitar a individualidade e a dignidade de cada aluno com DMU) e ao posicionamento (é indispensável uma boa adequação postural).
Quais estratégias são utilizadas para aquisição de comunicação?
Para os alunos com surdocegueira, a escolha do Sistema de Comunicação deve levar em conta a individualidade da pessoa com surdocegueira, seu diagnóstico, seus interesses, experiências e conhecimentos.

Sistemas Alfabéticos: Alfabeto “Datilológico”Formam-se as letras do alfabeto por meio de diferentes posições dos dedos da mão. É similar ao alfabeto manual dos surdos, com algumas variações para uma melhor percepção tátil ao ser soletrado na palma da mão.

Alfabeto de escrita manual: Consiste em usar o dedo índice da pessoa com surdocegueira como lápis, para escrever cada letra sobre uma superfície do corpo (palma da mão) ou sobre um material externo; também se aplica usando a mão do interlocutor para escrever cada letra e a pessoa com surdocegueira colocando sua mão sobre a mão de quem escreve sobre a superfície.

Placas Alfabéticas: Existem dois modelos de tabelas que tem as letras ordinárias escritas em maiúscula e outra em tinta ou Braille (com a letra correspondente sobre cadasímbolo); o processo consiste em que o interlocutor vai indicando cada letra para formar uma palavra com o dedo do surdocego e serve tanto para transmitir mensagens comopara a recepção tátil, colocando o dedo índice sobre cada letra procurada.

Meios Técnicos com saída em Braille: São máquinas utilizadas pela pessoa com surdocegueiraque conhece o Sistema Braille.

Sistemas não alfabéticos: Língua sinais: Fundamenta-se na construção de sinais a partir de diferentes posições, configuração de mãos, especialmente os que representem palavras, números e outros códigos. É comumente usada pela população surda.

Tadoma: Consiste na percepção da posição dos órgãos fonoarticuladores que são os que produzem a fala (boca, bochechas, garganta) nas pessoas, para que sintam as vibrações e as diferentes posições que estes órgãos adquirem para a produção da linguagem oral.

Já para os alunos com Deficiência Múltipla, há diferentes sistemas e códigos alternativos para comunicação que podem ser adaptados para a rotina da sala de aula como o PCS – sistema de comunicação por símbolos, figuras, letras e números.  Esses símbolos são flexíveis e permitem nomear, representar noções concretas (de tempo, espaço, causalidade), agrupar por semelhanças e diferenças, categorizar classe, série e construir conceitos abstratos. Outro sistema utilizado para crianças que têm alteração verbal e dificuldades motoras
é o sistema Bliss. São sinais gráficos simples, fundamentados no significado, podendo ser utilizados por meio de selos adesivos, prancha de comunicação ou por programa informatizado.
Assim, a comunicação alternativa é uma estratégia educativa que pode ser criada de acordo com as necessidades do aluno, planejada com os pais e especialistas da comunicação e linguagem, tendo em vista a elaboração e organização do pensamento e a construção do conhecimento de forma significativa.
Há também, sistemas tecnológicos e computadorizados utilizados com crianças com severas alterações neuromotoras e sensoriais que poderão se beneficiar desde cedo de instrumentos eletrônicos facilitadores do processo de comunicação, avaliação, interação social, linguagem gráfica e aprendizagem da leitura e escrita.
Os equipamentos eletrônicos podem ser operados pelo sistema direto de teclado, mouse adaptado, tela sensível ao toque e indireto, pelo movimento corporal, olhar, sopro, piscar ou varredura automática. Esses equipamentos de ajuda à comunicação possibilitam independência e autonomia na execução das atividades pedagógicas.

Os acionadores eletrônicos tem a função de realizar o movimento, a indicação, a seleção, a escolha ou ação a ser realizada pela criança. Os acionadores podem ser utilizados em membros de melhor ação funcional como: mão, braço, punho, cabeça ou até mesmo com os pés.